quinta-feira, 22 de julho de 2010

pelo interfone

“Este é um dilema que nem o cinema pode resolver”, dizia o Ritchie da década de 80.

O que esta assertiva nos diz? O mais óbvio: o senso comum acredita que o tal “final feliz” é sempre uma solução cinematográfica para resolver os impasses espinhosos apresentados ao longo da trama. estas, por mais complicadas que se apresentem, estão direcionadas ao fim. nele, espera-se, as soluções nos sejam apresentadas.

esta é a formula tradicional das narrativas de filmes comerciais. Neles, a solução apresenta-se pronta. resta-nos acatá-la. portanto, não há espaço para o espectador.

Contudo, há outra ordem de filmes. aqueles que não acabam com o final. eles nos impõe dilemas, perguntas. exige-nos que continuemos a pensar na problemática apresentada pela narrativa cinematográfica para além do final. estas obras são, por isto, dialógicas, ou seja, não somente propõe o diálogo, mas o toma como elemento estrutural, no momento de sua feitura. assim, temos nosso espaço reservado estas obras. no momento de sua concepção, nossa existência já é valorizada. legal, né? para a minoria, sim. para o “popular”, não. quanto menos este for exigido, melhor. o grande público não quer pensar, quer ser entretido, somente. há portanto uma oposição: filmes populares tem sua narrativa pronta e estabelecida. os filmes complexos, dialógicos, quase sempre rotulados de alternativos, não. eles pretendem estabelecer um diálogo com seus espectadores. quase sempre, esta é uma regra. mas, temos sempre as boas surpresas.

qual tipo de filme você gosta?

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