Topica: formas da historiografia
1. Reflexão sobre a aula anterior: necessidade de acessar a sensibilidade do aluno para que a aula de história faça sentido.
2. O que caracteriza (relação do passado com o presente para produzir sentido e orientação) o nosso presente? É possível fazer uma história do presente?
Comentários sobre o suicídio do aluno de história (primeiro ano) que pulou na marginal: falaram sobre os comentários dos leitores feitos on-line na matéria do jornal que informou sobre o suicídio.
3. História do tempo presente é fundamental para a Didática da História;
4. Presente: a ideia de passado gera uma auto compreensão no presente para se orientar temporalmente (cria perspectivas para o futuro) à o passado é uma orientação que se produz no presente à a expectativa de futuro tbm é produzida no presente à toda vez que o presente muda, muda-se o passado (nascimento de novos objetos históricos) à (1ª tese) nem todo o passado é importante para o presente à o que faz as coisas permanecerem/mudarem? Para Rusen, a história recria o máximo de elementos que possibilitam a mudança. Precisamos de uma história empírica para explicar as mudanças; teorias das revoluções (mas a historicidade não é passível de explicações) [não entendi a relação dessa fala com o raciocínio anterior];
5. Nietzsche: o homem crítico é autodestrutivo, pois as condições de criticar o passado nascem no próprio passado.
Tipos de consciência histórica:
O professor tenta problematizar os pontos apresentados pelos alunos: há várias participações e curiosidades. O professor fica preocupado com a clareza de sua exposição.
1. Passado enquanto processo (geschichte) e como narrativa (historik): é o processo que (trans)forma as nossas condições à diferença entre processo e narrativa pode ser ilustrada pelo exemplo da fórmula do H20 (uma coisa é um copo cheio d’água outra é a sua formula escrita num papel dentro de um copo) à história vivida é a história enquanto processo à nem sempre a história como narrativa é científica. Ela pode ser narrada por pessoas fora das instituições.
2. Teoria do Rüsen: ao ser produzido o passado interfere no presente.
3. Não é só o processo que nos forma; ao narrar uma história também nos formamos.
4. Cada presente escolhe um passado que é relevante (nem todo passado é relevante para o nosso tempo; existem conteúdos do passado que são interessantes para nosso tempo [o desafio da DH (Didática da História) não seria identificar esses interesses?] Que passado interessa? Que passado é interessante para o presente? à quais são as carências de nosso tempo? A DH necessita de uma História do Tempo Presente;
5. Podemos não ter consciência dos elementos presentes que nos levam ao passado à É a DH que deve tornar consciente os pressupostos do presente. Mesmo sem ser consciente nós encaminhamos o conhecimento a partir do presente à ajuda a fazer com que as pesquisas respondam as carências que estão presentes mas que os historiadores ainda não produziram à Fatores Didáticos da Pesquisa Histórica (estão vinculados a um tipo de orientação do presente); a tarefa da DH é tornar esse tempo presente consciente no processo de produção do conhecimento histórico; se a DH não compreende o presente ela não construirá conteúdo efetivo
É possível ver temas geradores a partir do presente nos conteúdos históricos? A colega Alessandra sugeriu pensar as permanências; o professor Rafael lembrou a importância da ruptura nesse processo. Permanências e rupturas são medidas pelo presente.
6. O que a história pode contribuir para entender as mudanças e permanências do presente?
7. O que mudou, o que torna algo peculiar do nosso tempo? à precisamos identificar esses pontos:
Temas/pontos apontados pelo professor:
a) Corpo: política do corpo (discurso sobre o corpo, padrão estético; tipo de investimento no corpo);
b) Discurso médico extrapola o espaço da doença, independentemente da doença (p. ex., discurso do corpo saudável); processo de medicalização (define as regras de comportamento);
c) Discursos religiosos: não havia crentes na década de 80, aconteceu o da Teologia da Libertação, não havia Renovação Carismática à aborto; pena de morte;
d) Sensação de insegurança: gera discurso totalitário (discurso do médico; religioso);
e) Mudanças no mundo do trabalho: multifuncional, flexível (sustenta o discurso de interdisciplinaridade)
[Temas apontados por mim]
f) Sociedade do espetáculo (celebridade, comunicação, imagens) à Guy Debord;
g) Desenvolvimento tecnológico dos transportes e das comunicações em sua relação de confronto com a diferença/alteridade (história cultural);
h) Crise da/s autoridade/s (instituições: igreja, ciência, família);
Outros comentários do professor
1. os discursos que começam a valorizar o orgasmo feminino serão associados com outros discursos, por exemplo, serão os discursos que legitimarão as práticas homossexuais à Conjuntos de dispositivos que surgem em lugares distintos e se combinam criando novos discursos à não são construídos pelos sujeitos, conf. Foucault.
2. É preciso mapear as mudanças, compreendê-las; quais são as grandes questões que perpassam a nossa vida? à necessidade de investigar isto [mas a escrita da história depende somente do tempo presente?]
3. No estágio: pesquisar as temáticas do tempo presente para construir propostas de intervir na escola à projetos de pesquisa;
Diferenciação entre história e sociologia:
1. o que é história? não é a auto-reflexão pois isto faz toda as Ciências Humanas à p/ Rüsen, só entendemos o que “é” no passado porque nós “o” entendemos no presente (herança do historicismo) à para Saddi, todos nós [das Ciências Humanas] estamos preocupados com a experiência humana (cultura), mas os historiadores estão preocupados com a experiência humana temporalmente (o conhecimento histórico não pode ser estático; ele precisa dar conta do movimento temporal) e precisa narrá-la e organizar a experiência no tempo;
2. p.ex.: fazer um trabalho de filosofia da história na Filosofia do Espírito não é um trabalho histórico, mas de filosofia, da teoria da história;
3. ao analisar as prostitutas na av. Paranaíba (sociólogo pesquisaria a vida social delas) o historiador vai estudar como esta sociabilidade se constitui, qual processo possibilitou isto no tempo; nossa empiria não é a coleta de ideia (história oral) ... [perdi o raciocínio];
4. Será conhecimento histórico somente se for possível informar como a prostituição se estabeleceu da forma como ela se apresenta hoje (o sociólogo está preocupado como essas relações se dão no presente)
[não fiz mais as observações porque o professor pediu o computador para continuar a discussão sobre a aula passada]
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